Olá, olá! Quarta-feira na área e, confesso, que eu tinha
preparado outro post pra vocês, mas diante de alguns acontecimentos recentes,
eu me vi meio que obrigada a colocá-lo na gaveta. Acho que todos viram a história do
garotinho cuja mãe foi chamada na escola para que cortasse o seu cabelo porque
a franja estava atrapalhando o desempenho do menino. Você vai ouvindo ou lendo e acha que essa atitude mostra a
preocupação da escola com o desempenho dos seus alunos. Até você descobrir que
os cabelos da criança são crespos e cortados no estilo black power. Preocupação com o desempenho do garoto? Sei...
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foto: arquivo pessoal / divulgação |
Quando a mãe indignada vai até a escola por causa do bilhete da professora, a Diretora insiste em dizer que o cabelo é inadequado e está atrapalhando os colegas. E, para piorar, o garotinho virou motivo de chacota. Resumindo: o
garoto sofreu uma tremenda discriminação explícita. E isso me fez pensar na
quantidade de discriminação velada que a gente vê e recebe por aí. É tanta gente te olhando torto em determinados
ambientes. Em um restaurante de um determinado shopping aqui em Belo Horizonte, por mais de uma vez, me perguntaram se eu trabalhava no shopping, mas a mesma pergunta não foi feita à moça loira de cabelos lisos que estava na minha frente. Não estou dizendo que é alguma ofensa trabalhar no shopping, mas a pessoa que me fez essa pergunta pode estar presa aos esteriótipos que a levam a pensar que cabelos crespos pertencem à classe trabalhadora mais humilde, do tipo "se ela tivesse grana, alisaria o cabelo". A gente vai deixando essas coisas passarem, mas chega um momento que cansa, né! Num país com tanta mistura, com tantos tons de pele e textura capilares
é uma pena que isso continue acontecendo todos os dias em algum lugar do país.
Posso
contar que já aconteceu comigo uma situação bastante constrangedora na escola.
Quando eu tinha 6 anos, na minha escola, eles estavam tirando fotos para
colocar nos diplominhas do pré-escolar. Como eu tinha pulado de série, não
tinha feito o pré, não tirei a foto com a maioria das outras crianças. Só
que a Diretora quis que eu tivesse essa foto para recordação, então me chamou
para "bater o retrato" também. Eu sempre ia para
escola bem limpa e penteada, mas vocês conhecem criança, né! Corre no recreio e
o penteado fica daquele jeito (tenho uma amiga que diz que sobem os girassóis).
Pois bem, eu estava toda trabalhada nos girassóis quando fui tirar as fotos. O
que fizeram? Ao invés de só ajeitar os fiapos soltos (era só passar a mão molhada) soltaram todo o meu
cabelo, mas não pentearam direito e acabei tirando a foto com um cabelo que só
Jesus! Quando cheguei da escola e minha mãe viu o que tinham feito, saiu igual
um foguete, com "um quente e dois fervendo", como ela mesma diz, e foi na escola perguntar o motivo de
terem feito aquilo com meu cabelo. A resposta foi: os cabelos dela são difíceis! A minha mãe ficou ainda mais possessa, perguntou se alguma vez eu
tinha ido descabelada para escola e exigiu outra foto com o penteado que eu
tinha vindo de casa. Acabei com dois diplominhas que uma série que nem fiz!
O que essas histórias têm em comum? Pessoas usando os cabelos para esconder um preconceito maior. Já ouvi histórias ainda piores de
cortarem os cabelos das crianças na escola sem autorização dos pais... e estranho, mas toda vez que tem foco de
piolho na sala de aula sempre apontam para aqueles de cabelos crespos. É
impressionante! Acho que já está mais que na hora das pessoas respeitarem umas às outras. Você pode até não gostar do estilo da pessoa nem do cabelo dela, porém, o respeito é primordial.
Bom, e vocês, o que acharam dessa história toda?
Até breve e, talvez, menos indignada,
Tati
Olá tudo bem? Eu adoro seu blog por isso te indiquei a uma tag, espero que goste. Beijos http://arquivodeletado.blogspot.com.br/2013/12/liebster-award-discover-rew-blogs.html
ResponderExcluirOi, Daiane! Ando um pouco sumida aqui mas já visitei seu blog e vi como funciona a tag. Assim que possível a farei. Beijos!
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